Sonhos dos Magos Vermelhos 07 . Sashelas na causa
Sonhos dos Magos Vermelhos 07 . Sashelas na causa

Sonhos dos Magos Vermelhos 07 . Sashelas na causa

Primeiramente, agora que as coisas acalmaram, posso falar com certeza, orgulho de como nossa equipe chegou no ponto atual e a forma como conseguimos trabalhar juntos. Parece até um tanto insólito participar assim de um grupo de aventureiros como aqueles que se ouve nas baladas humanas. 

Enfim, ..

Havíamos descansado. Aproveitei para conversar com o lugar. A ilha tinha dois lados, o mais novo, com o pico do vulcão ativo, no momento calmo, e o outro mais plano, provavelmente aquele lado que preservou os seres de outros tempos que habitam por lá. Alguns corpos d’água, bem distribuídos. As meninas comentaram que lembrava Chult. Não conheço, mas Aurora pareceu perturbada com o nome. Thass indiferente, mas Thass tem uma leitura muito difícil. Seria um lugar interessante se fosse apenas isso, mas além da fauna antiga havia uma notável quantidade de mortos vivos. É quase uma epidemia que impede tudo que morre ali de encerrar o ciclo. Nenhuma vila ou tribo ou construção humanoide, será que aquela situação foi causada por outro extraplanar aberrante? Ou o mesmo? 

Para chegar no vulcão, podemos contornar pela parte mais alta até a lateral. A ilha não tem aquela névoa estranha que tinha na ilha da garra, mas pela quantidade de corpos, tem um cheiro parecido.

O mais importante é evitar os zumbis e dinossauros, ou os dois, como disse Thass. Quase topamos com exatamente isso. Um tiranossauro zumbi, que cuspia mais zumbis, com alguns pedaços descolados da boca por putrefação. Em volta dele, sim, uma névoa muito suspeita. Pela guia das estrelas que vimos a tempo e foi possível desviar. Gutuk manifestou decepção e um curioso desejo de montar em um tiranossauro. Definitivamente uma péssima ideia.

Finalmente chegamos na base do vulcão e depois de uma hora mais ou menos, achamos a entrada. Ali era guardado por um fantasma. Estávamos bem preocupados com recursos e dadas experiências anteriores tínhamos, eu, Aurora e Thass, tentado pensar em estratégias para evitar o que aconteceu na ilha da Garra. Atraímos o guarda fantasma para outro lado e entramos sem grandes problemas.

Trix foi na frente e adiantou que do outro lado do salão estava Zehira e o, provavelmente, o tal de Rune. Nisso, Aurora usou um pergaminho de recall, um plano b para uma eventual fuga. 

Sabíamos mais ou menos onde estavam os inimigos. Sabíamos que estavam nos esperando. A ideia era pelo menos não chegar por onde nos esperavam. Começamos a procurar passagens alternativas. Trix e Gutuk acharam, contudo é importante dar os créditos devidos a Fofucho que também estava na frente.

Era um corredor de uma parte esquecida e escavada. Possível que aquela parte tenha sido um escritório ou qualquer instalação humanoide. (Por que usamos humanoide se pode ter sido qualquer tipo de cultura bípede? Seria um bípede?) 

Gutuk e Trix seguiram na frente procurando nossa rota alternativa. Tinha uma sala com uma mesa e 3 potinhos, bem simples de cerâmica. Gutuk achou melhor eu dar uma olhada. Nada marcado, nenhuma pista de armadilha. Chamei Aurora pra ver junto e no final acabei abrindo. 

No primeiro tinha um mephit. Imaginei que era a casinha dele, pedi desculpas, fechei e devolvi. Thass veio com a ideia de usar eles de alguma forma. .. Como distração até seria interessante. Acabei abrindo outra, dessa vez ele saiu com muita vontade, não deu pra fazer nada. Ele abriu os outros dois potes. De repente eram 3 mhephits discutindo e não dava pra entender absolutamente nada. Ou quase. Eles falaram no meio Mpik. Algumas vezes. A gente ainda tentou se comunicar.. não deu muito certo, mas eles saíram sem maiores. Voltamos para a rota. 

Gutuk estava lá na frente e sinalizou algo pra alguma coisa fora. Não dava pra saber o que era de onde eu estava. Continuava com aspecto de lugar esquecido até sua saída. O grupo estava bem em silêncio, apesar dos meus tropeços.. bom, não adiantou tanto.. já tinham nos percebido. 

Thass conjurou uma bolha de proteção. Gutuk e Blantra tomaram dianteira. Dessa vez sem surpresas, ou se houve, a bolha de Thass segurou. Aurora enviou .. aquele espírito de arma sagrada (acho que é alguma coisa do tipo). Logo em seguida dei um tiro sob a guia das estrelas, que modéstia à parte, foi muito bom. O sequestro foi recheado de problemas com magia e se o sujeito era um tipo de arcanista, quanto mais rápido caísse melhor. Rune tentou fugir depois desses ataques, então, outra surpresa: a senhorita que estava assassinando pessoas em Myth Nantar e havia nos deixado um Chuul e uma Hidra no último encontro. Bom, ela apareceu e roubou o “pau” de Zehira do ladrão anterior, correu e ficou invisível. Isso acontecendo e aparecerem três salamandras bem irritadas com pessoas estranhas no meio da sala. O salão, alias, era um salão de caverna bem típico, mas boa parte ainda em lava. Isso é importante de se mencionar. Logo Thass desfez o efeito mágico que a Malenti tinha feito para sua fuga e, ela, Thass, tem aquela força telecinética (é essa a palavra?) que inclusive ajudou a reconstrução no Templo de Sashelas, .. enfim, usou aquela força e empurrou Malenti na lava. Bem na direção das salamandras.

A Malenti acabou como primeiro alvo das salamandras, era o inimigo mais próximo. Blantra foi para aquele lado, segurar os três. Gutuk que estava do outro lado soltou Zehira. Ela mesma que finalizou Rune, no entanto o .. aquele porrete, já tinha sido levado pela Malenti e estava perto das salamandras. A Malenti teve o fim na lava e Blantra recuperou o porrete. (o porrete polêmico que era secreto, apesar da gente ter quase morrido, e que era élfico, só que era anão, que veio do laboratório de um extraplanar doentio, só que gente de Thay estava querendo e causou um sequestro com requintes arcanos em pleno mar, e agora uma segunda situação de potencial morte. .. acho que não devia estar fazendo esse tipo de observação, mas não é mentira e fica difícil simpatizar)

Nesse ponto, parecia que a situação ia bem e ia acabar rápido: Rune tinha sido detido, Malenti também, Zehira e O Porrete, resgatados. Era se desvencilhar das salamandras agora em cima de Blantra. Ia ser um problema razoável médio. Problema razoável médio não pode ser problema suficiente, não? Ouvi o barulho, Blantra acho que ouviu também, pareciam filhotes de dragão vindos de um lado. A solução mais lógica, fechei a parede e.. do outro saiu a mãe: Krasnok.

Deuses.. agora volto para a parte que tinha dito sobre o orgulho e gratidão de trabalhar com as pessoas com quem tenho trabalhado. 

Em Myth Nantar, Thass tinha conseguido um cajado muito diferente, com ele conjurou uma espécie de barreira em volta de Krasnok. Nisso os filhotes arrebentaram a parede ao lado e finalmente chegaram. E a luta contra as salamandras acontecendo em paralelo. Eu e os outros que lidam com magia, vulgo menos resistentes, estávamos mais no fundo. Gutuk segurou os filhotes, Blantra segurava as salamandras, que a essa altura, uma tinha caído e as outras tentavam puxar Blantra para a lava. Aurora separou o recall, agora faltava aproximar quem estava longe. Thass cuidou disso com um feitiço que realocava as pessoas na sala. Zehira ainda teve a cara de resmungar sobre a sala do tesouro de Krasnok!  Krasnok que já estava pouco possessa soltando promessas dracônicas de perseguição e vinganças. Zehira mudou rapidinho de opinião quando a sugestão foi que voltasse sozinha. Pelos deuses! Dragões tem problemas com vingança e dão uma esticada por algumas gerações. Ninguém precisa disso.

Voltamos com o pergaminho de Aurora. Estávamos novamente na porta da caverna e de cara com o vigia fantasma. A minha preocupação era o quanto ia durar a barreira e se Krasnok já não estava brava suficiente para uma promessa de vingança dracônica. Uma pioneira próxima a entrada com o tronco na espessura suficiente teve a gentileza de nos guiar até um coqueiro próximo de onde estava o navio. Foi o serviço de manter o fantasma lá e fechar o portal rápido. Minha gratidão a receptividade por parte da flora do Bucho. Apesar dos zumbis, dinossauros e família dracônica, fomos bem recebidos desde o começo, principalmente com as informações tão úteis que ajudaram chegar no vulcão. Talvez estivessem incomodados com os cultistas alterando o clima. 

Ninguém queria descobrir a extensão da fúria de Krasnok, zarpamos assim que foi possível e nossa.. aquele tipo de situação que voce só consegue respirar e percebe tudo que aconteceu quando pára. 

Um dragão vermelho. .. Um dragão vermelho. Deuses… 
Thass realmente se superou segurando Krasnok e o pergaminho de Aurora, na melhor hora. Falo delas mas acho que o conjunto de ações de cada um como um grupo, cada um estava de alguma forma dando suporte aos demais. Isso que foi mais importante e graças a isso, Thass pode focar em segurar o dragão e Aurora nos tirar dali. Inteiros.

O começo do retorno para Ayacar foi, como de praxe, a hora de Zehira explicar sobre o vespeiro que ela havia mexido e no que estamos interferindo, ou briga que compramos. Dessa vez acho que ela foi mais franca, boa parte das informações ela conseguiu com o próprio Rune no cativeiro. De forma muito resumida e simplificada, o porrete, na verdade é um cetro e não um item mágico padrão (isso não foi bem novidade). É um item único, da Shanatar antiga, o cetro de Iltkazar que pertenceu a Clangeddin Barba de Prata, considerado uma divindade, herói mítico, alguma coisa próxima, para os anões. Existe apenas um outro cetro equivalente da mesma época e que pertenceu a outro sujeito. O cetro tem uma ligação com a entidade e ela estará nos acompanhando? Essa parte não sei se entendi direito. As cracas caíram e agora tem aparência de jóia. Algumas coisas dá para ter certeza, as principais: esse cetro é muito importante (talvez como Bibliotecário) e se ele estiver com gente errada pode ser muito muito péssimo. Repito que não simpatizo com a situação, mas essas coisas a gente não faz por simpatia.

O resto da viagem foi acompanhado por golfinhos, águas tranquilas e bons ventos. Não tenho certeza de quem compramos a nova briga, mas tenho certeza de quem nos tem favorecido.